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A lei que torna o cadastro positivo automático foi sancionada nessa segunda-feira (8) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. A inclusão dos consumidores começa em agosto.

"O setor financeiro aposta que identificar bons pagadores reduza as taxas de juros para os tomadores e diminui a inadimplência", explica José Eduardo Casemiro, diretor-presidente da Sicoob Crediacisc.

As cooperativas de crédito, segundo Casemiro, também serão obrigadas a utilizar a nova classificação para emprestar dinheiro e realizar outras operações junto aos cooperados. "O cadastro positivo altera a relação com os consumidores", enfatiza.

Todos os CPFs e CNPJs serão incluídos automaticamente em banco de dados de crédito (Serasa e Boa Vista, por exemplo) para avaliação das compras a prazo e contas de consumo – luz, internet, aluguel. Ao final, uma nota, o score de crédito, classificará o consumidor.

A retirada do nome do cadastro positivo pode ser solicitada pela pessoa. "Os especialistas apontam que sair do cadastro positivo significa enfrentar as mesmas dificuldades dos inadimplentes ao buscar crédito no mercado", salienta o secretário-executivo e consultor da Crediacisc, Marcos Alberto Martinelli.

A expectativa, por outro lado, é que o bom pagador possa mostrar seu histórico no ato de uma negociação para conseguir reduzir a taxa de juros e obter melhores condições de empréstimo ou compra financiada.

Para Martinelli, agora que a lei foi sancionada, o melhor caminho é ficar em dia com as contas. Em caso de necessidade é importante procurar auxílio especializado. "A educação financeira é a melhor saída. Quem estiver negativado hoje e quitar até agosto entra como bom pagador no cadastro positivo", explica Martinelli.

Score de crédito - É a classificação de 0 a 1000 pontos dos consumidores de acordo com o pagamento de suas compras e consumo. Quanto mais alta a pontuação, menores as chances de inadimplência. Embora as cooperativas de crédito não trabalhem com o lucro e todos são donos do próprio negócio, emprestar dinheiro significa se submeter às regras do Banco Central e do próprio mercado.