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Um levantamento feito pelo Sicoob, instituição financeira cooperativa, mostrou que os cooperados economizaram R$ 8,3 bilhões em 2020 em taxas e tarifas comparado os valores cobrados pelos bancos tradicionais. Os dados estão na Folhainvest, caderno do jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (26).


“Essa informação não surpreende nossos cooperados, que já se entenderam que a cooperativa não visa lucro e por isso cobra taxas e juros mais baratos do que o sistema tradicional”, avalia a presidente do Conselho de Administração da Crediacisc, cooperativa de crédito de São Carlos filiada ao Sicoob, Lídia Maria Mendes Lima.

De acordo com a reportagem o cálculo foi feito com base na diferença entre os preços médios praticados pelas cooperativas que integram o Sicoob e as outras instituições financeiras – bancos e fintechs – cadastrados no Banco Central.

Na média, segundo a pesquisa, cada cooperado economizou R$ 3,1 mil. “As cooperativas conseguem cobrar valores mais acessíveis pelo próprio modelo de negócio, que não visa lucro”, explicou ao jornal o diretor de coordenação sistêmica e relações institucionais do Sicoob, Ênio Meinen.

O estudo mostrou no caso dos cooperados que entraram no cheque especial a taxa cobrada foi de 0,78 ponto percentual menor do que a média cobrada pelos bancos tradicionais. A diferença representou economia de R$ 125,7 milhões para os cooperados.

Uma conta jurídica tem um custo médio por mês de R$ 60, nos outros bancos está em R$ 155, o que garantiu uma economia de R$ 965,5 milhões em 2020 para os cooperados.

“O desafio das cooperativas é mostrar essas vantagens para toda a população”, destaca Lídia Maria. “Temos um ótimo negócio, muito bem avaliado pelos cooperados, mas que ainda é desconhecido de parte da sociedade”, salienta.

Em 2020, o cooperativismo de crédito cresceu 35%, enquanto que o sistema financeiro tradicional, cresceu 15,6%, de acordo com o que disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quinta-feira (22), em evento da Organização das Cooperativas do Brasil. O crédito cedido às micro e pequenas empresas pelas cooperativas respondeu, somente em dezembro de 2020, a 60% do total da carteira corporativa.


Em São Carlos, a Crediacisc, que nasceu há 15 anos com 30 empresários e um patrimônio líquido de R$ 30 mil, colocou no ano de 2020, ano da pandemia, R$ 12 milhões no mercado local. Em 2019, foram R$ 6 milhões. O patrimônio líquido atual da cooperativa é de R$ 4 milhões. Os ativos saltaram de R$ 25,5 milhões em 2019 para R$ 32,8 milhões em 2020.